Gênero
Temporada
21 de Janeiro a 19 de Fevereiro de 2017.
Dias
Sextas e Sábados às 21h / Domingo às 19h
Duração
80 minutos
Indicação de faixa etária
12 anos
Local
Teatro da PUC-SP (Entrada pela Rua Bartira) Rua Monte Alegre, 1024 – Perdizes - São Paulo – SP.
Capacidade
300 lugares
Vendas
Pela Internet: www.ingressorapido.com.br / Central de Vendas: 4003-1212
Central de Vendas: (11) 4003-1212
(aceita todos os cartões de crédito)
Horários de funcionamento da bilheteria:
De terça-feira à domingo das 14h00 às 20h00.
Formas de Pagamento:
Amex, Aura, Diners, Dinheiro, Hipercard,
Mastercard, Redeshop, Visa e Visa Electron.
Estacionamento conveniado:
Vaz Estacionamentos - Rua Monte Alegre, 835 - R$18,00 (Valor válido somente mediante a apresentação de ingressos das peças em cartaz no TUCA)
Tel.: (11) 3171-3680
Esperando Godot de Samuel Becket ganha versão dirigida por Elias Andreato
No papel de Estragon, Elias entra em mais uma parceria artística com Claudio Fontana, que faz o papel de Vladimir. Completam o elenco, Clóvys Torres, Raphael Gama, e Guilherme Bueno. A peça patrocinada pelo Banco Bradesco estreia dia 9 de setembro no Teatro Tucarena.
O dramaturgo e escritor irlandês Samuel Becket (Dublin, 13 de abril de 1906 - Paris, 22 de dezembro de 1989), vencedor do prêmio Nobel de Literatura, voltou-se para questões filosóficas sobre a condição humana, onde o tempo não existe senão como uma eternidade imóvel e morta e que tem como meio de expressão a decrepitude física dos corpos, a preocupação de Beckett não reside em mostrar o absurdo da existência a partir da vida social, mas sim através do choque do homem consigo mesmo, percebendo em seu íntimo a perplexidade desse encontro.
Em “Esperando Godot”, ecrita no pós-guerra (1943-1953) ele explora uma situação estática, o lugar é deserto, somente uma árvore ao centro. Dois velhos vagabundos, Vladimir e Estragon estão esperando Godot. Nada acontece e a atmosfera de vacuidade e monotonia não é alterada senão pela passagem de Pozzo e Lucky (respectivamente senhor e escravo) que, ao saírem fazem retornar o vazio. Para preencher o tempo, para enganar o tédio dos dias vazios e iguais, Vladimir e Estragon falam um com o outro mesmo sem ter o que dizer, travam brigas inúteis e refazem as mesmas perguntas, para assim preencherem o vazio da existência e para se darem ao menos, a impressão de existirem.
Elias Andreato nunca pensou em montar Godot, já chegou a usar trechos em alguns espetáculos, mas levantar a peça na íntegra não tinha sido um projeto seu ainda. “Acho que por ignorância, eu achava que não tinha a ver comigo, a peça toda eu achava que não tinha cacife para fazer, mas no camarim de “Réquiém Para Antônio”, peça de Dib carneiro Neto, dirigida pelo Gabriel Villela, também em cartaz no Tucarena em 2014, eu perguntei para o Claudio Fontana, meu parceiro em cena, se ele tinha o desejo de montar algum texto e ele disse que queria montar Godot, então eu disse que daria essa montagem de presente para ele, pelo seu talento, generosidade, pelo seu amor ao teatro e pela forma como ele valoriza os talentos dos outros.”, conta o ator e diretor.
Um ano depois dessa conversa de camarim, quando Elias estava debruçado nessa obra de Becket com olhar de diretor, estudando para encená-lo, Claudio Fontana o chamou para fazer esta montagem produzida e idealizada pela atriz e produtora Daise Amaral. “Produzir um texto como " Esperando Godot", na velocidade do mundo hoje, onde a ESPERA é a protagonista é um grande desafio.”, comenta Daise.
Claudio e Elias já tem uma rica trajetória artística juntos, “Minha parceria com Elias Andreato nasceu da profunda admiração de um ator pelo trabalho de outro e cresceu pelo meu respeito ao respeito dele pelo teatro. Elias sabe o que é o ofício de ser ator. E como diretor empresta a sensibilidade do ator e intuitivamente cria cenas belas e poéticas. Minha parceria com ele nasceu da direção de "Adivinhe Quem Vem Para Rezar", espetáculo com Paulo Autran, passou por "Andaime", onde ele dirigiu e atuou, "Mãe é Karma", texto de Elias que produzi, "Amigas Pero No Mucho", "Édipo Rei" e finalmente "Um Réquiem Para Antonio". Foi nos camarins "Réquiem" que "encontramos Godot", comenta Fontana.
A encenação
Elias está trabalhando em cima do tempo, o aceleramento das horas da existência contemporânea. “Quando foi escrito no pós guerra, a relação com o tempo era outra, hoje o tempo mudou, a espera é mais angustiante, vivemos em um tempo violento, as guerras são outras, tudo mais diluído, cada um batalhando no seu mundinho, não existe uma sensação coletiva, cada um tem o seu tempo individual de espera , porque você não sabe se o Godot já veio ou não, talvez ele tenha vindo e nem tenham percebido”, diz Elias Andreato.
A cenografia assinada por Fábio Namatame representa uma grande engrenagem de relógio e o figurino do Gabriel Villela também busca retratar o que está por dentro dos personagens, como uma maquinaria interna exposta. Claudio Fontana canta ao vivo poemas de Samuel Becket musicados por Jonathan Harold. A direção de movimentos é da atriz Melissa Vettore.
Samuel Beckett
Foi um dos fundadores do teatro do absurdo e é considerado um dos principais autores do século 20. Sua obra foi traduzida para mais de trinta idiomas. Beckett nasceu numa família burguesa e protestante, e em 1927 graduou-se em literatura no Trinity College de Dublin, onde estudou também italiano e francês.
Em 1928, foi lecionar em Paris, onde conheceu James Joyce, de quem se tornou amigo. Durante o ano de 1930 Beckett lecionou na Irlanda. Nessa época escreveu o estudo crítico "Proust", comentando a obra do grande escritor francês.
No ano seguinte Samuel Beckett fixou residência em Paris e escreveu a sua primeira novela, "Dream of Fair to Middling Women", que seria publicada somente depois de sua morte.
Em 1933, voltou a Dublin, por motivos familiares, mas retornou a Paris em 1938. Nessa época, levou, de um estranho, uma facada no peito e ficou gravemente ferido.
No início da Segunda Guerra Mundial, Beckett vinculou-se à Resistência Francesa, juntamente com sua esposa, Suzanne Deschevaux-Dusmenoil. Em 1942 foi obrigado a fugir para Vichy, onde escreveu parte da novela "Watt".
A partir de 1945, o seu idioma literário passou a ser o francês. Entre 1951 e 1953 escreveu uma trilogia ("Molloy", "Malone Morre" e "L'Innommable"). Com "Esperando Godot", Beckett iniciou, ao mesmo tempo que Ionesco, o teatro do absurdo.
Posteriormente ainda escreveu, além de algumas obras narrativas, diversas peças teatrais, como "Fim de Festa", "Ato sem Palavras" e "Os Dias Felizes".
Em 1969, Beckett ganhou o Prêmio Nobel de Literatura. Durante a vida escreveu poemas e textos em prosa, como romances, novelas, contos e ensaios, além de textos para o teatro, o cinema, o rádio e a televisão.